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Base aliada retira programa de segurança do governo da pauta de votações da Alba para evitar derrota

Metropolítica

Por Jairo Costa Júnior

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Base aliada retira programa de segurança do governo da pauta de votações da Alba para evitar derrota

Baixo quórum da bancada atrasa análise do Bahia pela Paz, aposta de Jerônimo para conter aumento da violência

Base aliada retira programa de segurança do governo da pauta de votações da Alba para evitar derrota

Foto: Paulo Mocofaya/Agência ALBA

Por: Jairo Costa Jr. no dia 24 de abril de 2024 às 10:40

Diante dos sinais de derrota na tentativa de votar o projeto de lei que cria o programa Bahia pela Paz, pacote de medidas apresentado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) com o objetivo de conter o avanço da criminalidade no estado, o líder da base aliada na Assembleia Legislativa (Alba), Rosemberg Pinto (PT), pediu a retirada da matéria da ordem do dia do plenário. A decisão foi tomada logo após a Alba aprovar na tarde de terça-feira (23), por unanimidade, a extensão do piso nacional do magistério aos profissionais da educação indígena. Na ocasião, boa parte dos deputados governistas deixou a sessão e abriu espaço para a derrubada da votação do Bahia pela Paz por baixo quórum. 

Toque de recolher
Pelas regras do Regimento Interno da Assembleia, eram necessários ao menos 32 parlamentares presentes para submeter o projeto aos deputados, mas o número só seria alcançado se os membros da bancada oposicionista permanecessem no plenário. Consciente da possível debandada do bloco adversário, Rosemberg Pinto desistiu de levar adiante a votação do programa e solicitou à Mesa Diretora da Alba que o projeto fosse excluído da pauta. O recuo tem como pano de fundo a intenção da minoria em dar o troco no petista pela recusa em acatar uma emenda que estendia o piso nacional aos professores indígenas das classes iniciais, de autoria do líder da oposição, Alan Sanches (União Brasil).

Calendário inimigo
Em conversas reservadas com a Metropolítica, deputados da base acham que a manobra do líder governista pode complicar a aprovação do Bahia pela Paz antes do início da corrida eleitoral, como deseja o Palácio de Ondina. Um eventual esforço para votar a proposta semana que vem esbarra na tendência de esvaziamento da Casa por conta do feriado de 1º de Maio. A partir daí, avaliam, será difícil mobilizar a bancada governista, cujo foco estará cada vez mais voltado à sucessão em seus redutos no interior, ainda que o projeto passe a trancar a pauta da Alba no início do próximo mês.

Se me chamar, eu vou!
Distante das atividades no Legislativo estadual desde que a Polícia federal intensificou o cerco sobre a milícia ligada ao jogo do bicho em Feira de Santana, da qual é acusado de liderar, o deputado Binho Galinha (PRD) surpreendeu os pares na tarde de terça ao reaparecer no plenário da Assembleia. Entre parlamentares dos dois polos de poder, a presença foi atribuída a um pedido da articulação política do governo para que ele engrossasse o cortejo da base durante a análise do projeto do piso dos professores indígenas. "A disposição para atender às convocações feitas em nome de Jerônimo, mesmo com os riscos de ficar exposto ao aperto da imprensa, talvez explique a resistência do Conselho de Ética em abrir processo de cassação contra Binho Galinha", destacou uma liderança da oposição, ao comentar a pausa no sumiço do deputado.

Padrão vermelho
Integrantes do comando da pré-campanha do vice-governador Geraldo Jr. (MDB) a prefeito de Salvador garantem que ele não abre mão de ter um petista com densidade eleitoral ou popularidade junto à militância de esquerda na vaga de vice. A determinação faz parte da estratégia para assegurar participação ativa do PT no duelo com o prefeito Bruno Reis (União Brasil) e quebrar a resistência de quadros históricos do partido à sua candidatura. Daí a escolha da deputada federal Lídice da Mata para o posto de coordenadora-geral da campanha de Geraldo Jr. Presidente do PSB da Bahia, ex-prefeita da capital e ex-senadora, Lídice possui trânsito livre nas fileiras da sigla, onde é reconhecida como símbolo do anticarlismo, e capacidade de atrair nomes com o perfil desejado pelo emedebista.

Caça-talentos
Entretanto, os planos de Geraldo Jr. derrapam nas dificuldades para encontrar expoentes do PT interessados no espaço de vice. A princípio, a socióloga Vilma Reis e a vereadora licenciada Maria Marighella figuravam na lista de preferências para a vaga. Tanto a primeira quanto a segunda deixaram claro que pretendem continuar nos cargos que ocupam em Brasília, respectivamente, o de assessora especial dos Correios e de presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte). A secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis, também saiu da fila. Nesse caso, afirmam cardeais governistas, por pressões de dirigentes do próprio partido. Já o ex-vereador Moisés Rocha, apoiado pela Direção Municipal da legenda, não agrada o vice-governador, segundo aliados próximos a ele, pela pouca capilaridade eleitoral na cidade.

Pé frio
Após a coluna noticiar na edição de terça que a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) está praticamente assegurada na chapa majoritária de Bruno Reis, membros da tropa de choque do Palácio Thomé de Souza ventilaram ao longo do dia que a vereadora Ireuda Silva (Republicanos) ganhou força como alternativa para a dobradinha com o prefeito. Contudo, políticos com larga quilometragem no União Brasil consideram impossível que a hipótese se concretize. Não por causa da concorrente. O problema é a legenda. Em suma, o azar rondou a oposição ao PT nas duas ocasiões em que o Republicanos indicou o vice. Na corrida pela prefeitura em 2008, ACM Neto fez par com o deputado federal Márcio Marinho. Sequer chegou ao segundo turno. Em 2022, Neto apostou na empresária Ana Coelho, novata no partido, para disputar com ele o governo estadual. Resultado: perdeu uma eleição que era tida como ganha.       

Galo de briga
De volta à Alba há menos de dois meses, o deputado Marcelino Galo (PT) resolveu, de uma vez só, arranjar confusão com dois grupos poderosos: o agronegócio e a indústria alimentícia. Projeto de lei encaminhado pelo petista quer tornar obrigatória a expressão "produzido com agrotóxico" em todos os alimentos fabricados e comercializados na Bahia que contenham substâncias do tipo, seja no rótulo da embalagem de produtos processados parcialmente ou industrializados, seja nos recipientes dos artigos naturais vendidos no atacado ou a granel. De quebra, propõe seis penalidades, aplicadas em escala gradual e cumulativa, para quem infringir as normas: advertência, multa, apreensão, inutilização, interdição e, por fim, suspensão da venda e fabricação do produto no estado.