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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Brasil

Auxílio emergencial eleva em 156% a renda de quem estudou menos, diz estudo

Segundo pesquisadores da FGV, efeitos do benefício variam de acordo com o tipo de trabalho, região e nível de escolaridade

Auxílio emergencial eleva em 156% a renda de quem estudou menos, diz estudo

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Por: Juliana Rodrigues no dia 30 de julho de 2020 às 10:30

O auxílio emergencial foi responsável por aumentar 156% a renda normal de um trabalhador que não teve escolaridade, segundo estudo dos pesquisadores Lauro Gonzalez e Bruno Barreira, do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na média geral, o aumento foi de 24% na renda dos trabalhadores beneficiados pelo programa. A informação foi divulgada pelo UOL.

Os pesquisadores se basearam nos dados dos beneficiários do auxílio coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, realizada em junho pelo nstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O auxílio está sendo pago em cinco parcelas, com valores de R$ 600 e R$ 1.200.

Com o pagamento do auxílio, a renda ficou 24% maior do que a chamada "renda usual" pré-pandemia. Os efeitos do auxílio variam de acordo com o tipo de trabalho, região e nível de escolaridade: entre 11 dos 36 tipos de trabalho citados no estudo, o aumento de renda foi superior a 40%.

Quando se avalia as regiões, por exemplo, os estados do Norte e Nordeste aparecem na liderança de alta percentual na renda. Em Alagoas, por exemplo, essa alta chegou a 132% do valor mensal pré-pandemia.

Já quando se considera a escolaridade, a alta entre aqueles que não estudaram chegou a ser de 156%, e de 111% entre os que têm ensino médio incompleto.

O levantamento também aponta que o efeito positivo do auxílio também é bem maior entre os que não estão no mercado de trabalho formal. "Os resultados do estudo revelam que, além de possuir uma renda usual inferior no período pré-pandemia, os trabalhadores informais teriam sido quase 2,5 vezes mais penalizados pela queda da atividade econômica em comparação aos formais (19% comparado a 8%), não fosse pelo efeito do auxílio, que permitiu um ganho de renda equivalente a 50%", diz o estudo.